João era pai de família e trabalhador. Uma daquelas milhares
de pessoas no Brasil que nunca tiveram oportunidade, porque sempre fora muito
pobre. Mas sempre foi um homem honesto. Pai de três filhos pequenos, os quais
ele fazia questão de mantê-los na escola, afinal “eu não quero que vocês tenham
o mesmo destino que eu”, ele dizia. Sua esposa, Maria, trabalha de faxineira em
casa de família rica, na verdade, a família é rica no ponto de vista dela,
afinal ela sempre vira comida farta na casa deles, coisa que não é muito comum
para o dia-a-dia dela. Um dia, João, cansado de esperar pelo ônibus que o
levava para o trabalho, resolveu comprar uma bicicleta velha para que pudesse
ir e voltar mais rápido, a fim de ficar mais tempo com os filhos e ainda economizar
uma "graninha" com o dinheiro da condução. Ele vivia na área rural, mas muito
tempo da rodovia, e utilizava a estrada para ir e vir do trabalho. Um dia,
João, voltando para casa, feliz da vida porque tinha conseguido comprar o tão
sonhado presente do filho, não teve tempo de chegar em casa. A morte o
atropelou ali na estrada, sem chance de dizer adeus aos filhos e a tão amada
esposa. O que mais entristece João é que mesmo depois de morto, ele ainda vê
sua família sofrer as consequências de sua morte. O motorista que o atropelou,
além de rico, com a uma mesa farta de comida todos os dias pela manhã, está
solto e o processo suspenso. Enquanto isso, dona Maria, não sabe o que fazer
para cuidar dos três filhos sozinha e ainda longe da família.
Esta é uma triste realidade no Brasil. Muitos atropelamentos
acontecem com os ciclistas, mas os culpados além de ficarem soltos, podem ainda
ter o processo suspenso. E as famílias que perderam seus entes queridos? Choram
todos os dias...
Motorista, na estrada ou nas ruas e avenidas, em cima de uma
bicicleta há uma vida!
Boas pedaladas!
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