segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

O caso do João...


João era pai de família e trabalhador. Uma daquelas milhares de pessoas no Brasil que nunca tiveram oportunidade, porque sempre fora muito pobre. Mas sempre foi um homem honesto. Pai de três filhos pequenos, os quais ele fazia questão de mantê-los na escola, afinal “eu não quero que vocês tenham o mesmo destino que eu”, ele dizia. Sua esposa, Maria, trabalha de faxineira em casa de família rica, na verdade, a família é rica no ponto de vista dela, afinal ela sempre vira comida farta na casa deles, coisa que não é muito comum para o dia-a-dia dela. Um dia, João, cansado de esperar pelo ônibus que o levava para o trabalho, resolveu comprar uma bicicleta velha para que pudesse ir e voltar mais rápido, a fim de ficar mais tempo com os filhos e ainda economizar uma "graninha" com o dinheiro da condução. Ele vivia na área rural, mas muito tempo da rodovia, e utilizava a estrada para ir e vir do trabalho. Um dia, João, voltando para casa, feliz da vida porque tinha conseguido comprar o tão sonhado presente do filho, não teve tempo de chegar em casa. A morte o atropelou ali na estrada, sem chance de dizer adeus aos filhos e a tão amada esposa. O que mais entristece João é que mesmo depois de morto, ele ainda vê sua família sofrer as consequências de sua morte. O motorista que o atropelou, além de rico, com a uma mesa farta de comida todos os dias pela manhã, está solto e o processo suspenso. Enquanto isso, dona Maria, não sabe o que fazer para cuidar dos três filhos sozinha e ainda longe da família.

Esta é uma triste realidade no Brasil. Muitos atropelamentos acontecem com os ciclistas, mas os culpados além de ficarem soltos, podem ainda ter o processo suspenso. E as famílias que perderam seus entes queridos? Choram todos os dias...

Motorista, na estrada ou nas ruas e avenidas, em cima de uma bicicleta há uma vida!

Boas pedaladas!

Nenhum comentário: