Muito tem sido falado a respeito das implementações das ciclovias em SP recentemente, e uma coisa me deixou um tanto quanto intrigada: trechos que permitem o ciclista trafegar na contramão da pista de rolamento.
A bicicleta é considerada um veículo movido a propulsão humana, portanto, deve trafegar na mesma direção que os automóveis.
Bom, segundo o CTB, segue:
"Nas via urbanas e rurais de pista dupla, a circulação de bicicletas deverá ocorrer, quando não houver ciclovia, ciclofaixa ou acostamento, ou quando não for possível a utilização destes, nos bordos da pista de rolamento, no mesmo sentido de circulação regulamentado para a via com preferência sobre os veículos automotores.
A autoridade de trânsito com circunscrição sobre a via poderá autorizar a circulação de bicicletas no sentido contrário ao fluxo de veículos automotores, desde que dotado o trecho com ciclofaixa ou ciclovia."
Então, não estranhe ao se deparar com um trecho na contramão. Eu acho que poderia ser um pouco mais seguro: nesses trechos contrários, o ciclista deveria circular por dentro da ciclovia, e não por fora. Acredito que desta forma, podemos evitar acidentes entre bicicletas e automóveis.
O Thiago Mourão já esteve aqui presente antes, nos mostrando a sua tatuagem de bike, e agora ele retorna contando um pouco sobre a sua profissão de bike courier.
Depois vejam o vídeo dele, e sinta-se inspirado a mudar também. Mudanças são sempre boas!
Pé de Vela Blog: Qual teu
nome e tua idade?
Thiago Mourão
PVB: Como você começou a pedalar?
Voltei a pedalar em
Outubro de 2012. Ganhei a bike do meu ex-sogro (na época eu estava passando por um divórcio)
PVB: Como você se tornou um bike courier?
Em fevereiro de 2013 eu encontrei um amigo, MarlonMoreira de Castro, numa bicicletaria e vi-o com um uniforme de uma empresa de
bike courier, coincidentemente uma semana depois, fui abordado no Pq.
Ibirapuera por outro bike courier da mesma empresa, Daniel Seabra Ateu,
conhecido pelo apelido “Vô", que me deu um panfleto e me
convidou pra conhecer a empresa, a Carbono Zero Courier.
PVB: Há quanto tempo trabalha como bike courier?
Trabalho desde abril de 2013
(1 ano e 5 meses)
PVB: Trocaria
essa profissão por outra? Por quê?
Eu troquei minha profissão anterior (fotógrafo e designer fotográfico) por essa e, hoje não me vejo fazendo outra coisa que não seja pedalar e incentivar outros a
fazer o mesmo.
PVB: Qual o
momento mais difícil que você teve com essa profissão?
Momentos difíceis são diários...
não tem como apontar um caso... minha
profissão é
de risco, estou a todo momento me expondo no trânsito.
PVB: Qual o
momento mais gratificante que você com essa profissão?
Semelhante à resposta anterior, eu tenho
diariamente ótimas oportunidades, posso cortar
caminho por dentro do parque Ibirapuera e apreciar um ar mais puro... ou parar
em cima de uma ponte ou passarela e observar calmamente todos indo de um lado
para outro na cidade apressadamente... enquanto em mim a vida pulsa tranquilamente.
Pedalando pela cidade você tem outra percepção de tudo a sua volta isso é muito gratificante!
PVB: O que você faz quando tem que pedalar em temperaturas diferenciadas?
Uma boa
alimentação, repouso e bom condicionamento físico deixaram meu corpo mais preparado pra encarar todas as estações do ano. Óbvio que uso agasalho em noites mais
frias... bom senso sempre!
PVB: Como é a tua alimentação?
Já
fui mais atencioso nesse quesito, tinha acompanhamento com uma nutricionista
esportiva, tomava suplementação... mas estou mais relaxado... mas
hidratar bem o corpo e ter uma alimentação leve a cada 3 horas... evita
desgaste e mantém a máquina
funcionando.
PVB: Você também pedala nos seus horários livres?
Pedalo sempre pra todas as necessidades desde ir ao mercado
ou à balada, pedalar é um estilo de vida!
PVB: Seu
dia-a-dia como bike courier afeta tua vida pessoal? Se sim, de qual forma?
Sim,
sou mais feliz e agitado e isso deve incomodar muita gente (risos)! Mas nem dou
ibope para isso, sou bem resolvido comigo e com minhas escolhas.
PVB: O que você diria para quem quer começar a trabalhar como bike courier?
Ter
uma bicicleta qualquer um pode ter, pedalar qualquer um consegue, porém, isso é uma profissão, encare com mais profissionalismo. Procure se informar, estudar e
treinar! Teu corpo, mente e magrela necessitam de cuidados diários.
PVB: Qual a
mensagem você deixaria para todos que trabalham
nessa profissão?
Aos meus amigos de farda e a todos
que assim como eu levam a vida entre o selim e o guidão.... bora girar!!!