Esses dias eu fiquei pensando porquê as pessoas relacionam a bicicleta com a pobreza, mas diretamente, com pessoas pobres. E cheguei à conclusão que a coisa não é bem por aí.
Bom, não vamos negar que quem não tem condições de comprar um carro ou uma moto, pode optar por uma bicicleta, pois existem várias bikes que custam bem barato, e essas pessoas com poder aquisitivo bem baixo pode comprá-la a fim de economizar com a condução, afinal de contas, o preço do ônibus, do metrô e do trem está bem alto, não é mesmo? Usar a magrela para ir e vir do trabalho pode ajudar esses “pobres” a usar o dinheiro que iria gastar com a condução para comprar comida no final do mês.
Só que eu pensei em algo bem diferente do que isso, pois uma boa bike hoje custa muito, e só quem pode ou junta uma graninha, compra uma dessas bikes para pedalar nas ruas ou em trilhas, etc.
Eu cheguei à conclusão que muitos ciclistas quando entendem o real uso da bicicleta, acaba se desapegando de muitas coisas na vida, e faz da bike a melhor opção em sua(s) vida(s). Ele(a) usa a bike para praticamente tudo: passear, trabalhar, fazer compras, viajar, etc e não se liga mais em coisas do tipo: o carro do ano, sair de balada, roupa de grife, entre outras coisas.
Um verdadeiro bikero encara uma viagem longa de bike, dorme em barracas ou em pousada. Enfrenta sol, lama, chuva, mosquitos, cansaço, subidas e descidas sem reclamar. Curte e respeita a natureza, respeita a vida dos outros (e sua própria), ama os animais...
Não quero dizer que o ciclista se contenta com pouco. Longe disso! Mas digo que nós pedalantes, não nos apegamos em coisas que nos trazem dor, sofrimento; não nos apegamos em coisas que podem nos tirar a paz de espírito, e qualquer coisa que para muitos pode parecer bobagem, para nós pedaladores, é algo lindo, maravilhoso, como admirar um botão de uma flor que está para abrir e mostrar a sua beleza na primavera.
A bicicleta nos ensina que são as pequenas coisas que nos trazem a felicidade do dia-a-dia.
Pergunte para um ciclista que trocou o carro pela bike como é que ele se sente hoje. Com certeza que ele dirá que se sente menos estressado, e vê a vida com outros olhos.
Talvez essa ligação de pobreza com bike é a minha maneira de ver que nós não nos apegamos tanto em coisas como ter o melhor carro, ter a melhor casa, ter a melhor roupa, ou seja, ficar acumulando coisas e coisas, as quais sabemos que nem sempre nos trazem felicidade, e que desta vida não vamos levar nada disso com a gente quando nos chegar a morte.
A bicicleta nos traz a alegria de viver.
Pedale. Sinta o sol batendo em seu rosto. Sinta o vento em sua pele. Admire a paisagem que está a sua volta, e você verá que eu estou certa.
Pense nisso!
Boas pedaladas!