Estava amanhecendo e eu nem tinha comido ainda após a cirurgia, então eu tava morrendo de fome, quando o enfermeiro Eduardo entrou no meu quarto para ver minha pressão e minha temperatura:
- Vocês não servem café, não? – perguntei.
- Você está com fome?
- Morrendo de fome. – disse.
- Só um minuto que eu vou ver se tem alguma coisa para você lá na cozinha.
Alguns segundos depois o enfermeiro voltou.
- A cozinha está fechada, mas eu trouxe meu pão com queijo que eu vou dividir com você.
- Não precisa, não. Eu espero até a hora do café.
- Não senhora, você disse que estava com fome, e vai comer.
Fiquei com dó do enfermeiro, porque deveria ser a única coisa que ele iria comer antes de acabar o turno dele, e pior ainda, o pão tava muito duro, e eu mal conseguia mordê-lo. (risos)
O pão até me aliviou um pouco, mas eu tava mesmo com vontade de comer um boi de tanta fome, mas o que me aliviou mais ainda foi poder ir ao banheiro, eu já estava cansada de usar a comadre, realmente, isso ninguém merece.
Ao ir ao banheiro aqueles pinos batiam nas coisas, e eu tinha que fazer manobra para fazer xixi, eu só ria sozinha, afinal, que situação!
Outra coisa que eu tava doida pra fazer era tomar um banho, mas soube que eu só poderia tomar banho somente depois das 13h, e nem eram 6 da manhã. Então, eu tentei dormir mais um pouco depois de conversar com a minha colega de quarto, Sueli, que caiu na rua e quebrou o pulso e estava esperando pela cirurgia desde quinta-feira, e nós estávamos na segunda-feira. Que sufoco.
Lá pelas 12h um dos meus alunos foi me visitar. Ele também é médico e estudou na Santa Casa. Ficamos conversando um pouco. Confesso que foi uma surpresa para mim, vê-lo lá me visitando.
Finalmente chegou a hora do banho, mas como eu não podia molhar o braço direito, eu praticamente tomei um banho de gato embaixo do chuveiro, pode? Acho que só limpei mesmo as partes íntimas e lavei o rosto. Credo!
Mal saí do banho minha irmã mais velha e minha mãe aparecem para me visitar e trouxeram mais roupas pra mim. A minha irmã mal chegou e quis tirar fotos do meu braço e ainda posei com ela e com a minha mãe. Hummm... isso vai para o Facebook, aposto!
Conversamos um pouco e logo elas foram embora. Mas antes disso, uma comissão de médicos residentes, mais o professor chefe, foi até o quarto avaliar o meu caso e o caso da Sueli, e foi quando o professor me disse que eu teria que ficar mais alguns dias com aqueles pinos e depois tirá-los para colocar uma placa.
Alguns dias? Quantos dias? Ai meu Deus!
Esqueci de perguntar!
Como o hospital tava sem travesseiros eu tive que pedir por alguns lençóis para colocar embaixo do braço direito, porque carregar aqueles pinos era pesado demais, e os lençóis me serviam de apoio até para dormir.
Aliás, dormir foi horrível, porque eu tinha que dormir de barriga pra cima o tempo todo, ou seja, eu acordava o tempo todo durante a noite. Horrível.
O resto do dia foi assistir TV, comer, ir ao banheiro, cochilar, essas coisas...
eu e minha irmã
eu e minha mãe
e olha o estado que ficou o meu MP3...
Continua...
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